Adoração dos Pastores
AUTOR
n/a
LOCAL/DATA
Portugal, c. 1633
MATERIAIS
Óleo sobre tela
DIMENSÕES
318,5 x 237 cm
INV
Pin 243
Esta pintura faz parte do conjunto de sete telas que compõem o sistema rotativo do altar-mor da igreja de São Roque, sendo cada uma delas expostas de acordo com o tempo litúrgico em que se está.
A Adoração dos Pastores será da primeira série de pinturas contemporânea do retábulo, anterior, portanto, ao contributo de Bento Coelho da Silveira (1617-1708).
sta pintura é associada à obra do pintor sevilhano Juan de Roelas (1570-1625), muito apreciada por Balazar Gomes Figueira (1604-1674) quando esteve em Sevilha entre 1629 e 1634 e que revelou a sua influência na obra que realizou para a igreja da Graça de Coimbra (1644). A presença do coro de anjos músicos sorridentes no sector superior é a principal afinidade com a obra de Roelas.
A composição é dividida em dois registos, o inferior escuro e tenebrista, onde habitam as personagens terrenas, e o superior luminoso e colorido, onde reside o coro de anjos com instrumentos musicais e paleta de tons ainda maneirista. No sector inferior, a escuridão dominante é quebrada pela figura do Menino Jesus que ilumina todos aqueles que o rodeiam, manifestando uma natureza divina. A sua luz ilumina o mundo, permitindo observar os rostos dos pastores, agora alegres com o seu nascimento, e a Virgem Maria, de mãos cruzadas sobre o peito, manifestando submissão e obediência à vontade divina.
A diferença no tratamento da luz, a paleta das cores diferenciada e a representação dos rostos sorridentes assumem um papel simbólico que servem a mensagem geral do quadro que é a mesma do Cristianismo: alegrai-vos na Terra e no Ceu, pois num Mundo de trevas e escuridão nasceu o Menino Jesus para o iluminar com a sua luz. Era esta a mensagem que, todos os anos, desde o século XVII, era apresentada em todos os Natais na Igreja de São Roque.