Adoração dos Pastores

INV LA MP XVIII 050
Gravura Adoração dos Pastores

AUTOR
Gaspar Fróis Machado (1759-1796)

LOCAL/DATA
Portugal, 1777

MATERIAIS
Gravura sobre papel

DIMENSÕES

INV
LA MP XVIII 050

Esta gravura assinada por Gaspar Fróis Machado e datada de 1777 é, na verdade, uma cópia de uma pintura a óleo sobre tela, muito conhecida, da autoria de Sebastiano Conca (1680-1764) datada de 1720 (Getty Museum, inv. 78.PA.232) feita para o cardeal Pietro Ottoboni (1667-1740) e que foi logo passada a gravura por iniciativa do mesmo mecenas. André Gonçalves (1685-1754) utilizou esta gravura para fazer uma tela de grandes dimensões, semi-circular, que hoje se expõe no Museu Nacional Machado de Castro.

Gaspar Fróis Machado iniciou a sua atividade na Aula de Escultura de Alessandro Giusti (1715-1799) em Mafra e frequentou escolas de artes em Roma. Regressado a Lisboa, colaborou na obra da basílica da Estrela e executou diversas gravuras. Em 1796, partiu para Londres onde iria estudar com Francesco Bartolozzi (1725-1815) mas o barco onde seguia naufragou e perdeu-se, assim, um promissor artista nacional.

A gravura de sua autoria é muito semelhante ao quadro de Conca. Apenas suprimiu duas figuras secundárias, rejuvenesceu a face de São José e modificou os braços de uma figura lateral para lhe mostrar a devoção ao Menino Jesus. Em tudo o resto, copia o modelo italiano. Uma jovem Virgem Maria destapa um pano revelando a nudez de um lindo Menino Jesus, que ilumina toda a cena. A envolvência é noturna, campestre e pitoresca, com duas colunas romanas arruinadas. Diversas personagens envolvem a cena. Uma jovem mulher segura uma criança ao colo e mostra-lhe o Menino Jesus junto a um cesto com galinhas que oferece. Um pastor de tronco despido, flete o joelho e segura nos braços um grande cordeiro. Outro pastor com gaita de foles chama os outros. Diversas personagens acessórias completam a composição. E no céu, uma nuvem de anjos segura uma filactera e balança um turíbulo que deita fumo de incenso. É uma composição movimentada, cheia de pormenores rústicos onde se idealiza a população campestre como sendo jovem, bela e alegre.